quarta-feira, 17 de março de 2010

Viver e deixar viver

Pelo amor incondicional todos procuramos e é esse mesmo amor que nos leva a travar batalhas que quando as começamos já sabemos como terminam...
Curiosamente existem pessoas que por mais carências afectivas tenham, conseguem travar as mesmas batalhas com menos dificuldades que todos os outros e por isso me sinto lisonjeada por ter conhecido há 3 anos alguém que com a sua tenra idade me fez ultrapassar todos os preconceitos do impossivel...
Conheci este miúdo com apenas 12 anos, tinha perdido apenas há uns meses aquela que durante anos lhe deu todo o amor, carinho e ensinamentos que uma boa educação lhe poderia dar...
A avó que lhe tinha dado todo o conforto e protecção que aquele menino precisava falecera e aquele menino tinha ficado sozinho com um avô que não conseguia lidar com a morte da Mulher que durante anos tinha tomado conta dele e lhe oferecido toda a estabilidade que uma Mulher apaixonada pode oferecer a um Homem.
O avô refugiava se na dor fisica e por isso passava dias e noites a fio num lar de terceira idade deixando o neto sozinho, era este menino que cozinhava, lavava, passava a ferro e todas as demais tarefas que era necessario para sobreviver e tudo isto sem ninguém para o ajudar fosse a perceber que a dor da perda é normal e até saudavel ou simplesmente para falar sobre o dia a dia pois à noite quando regressava a casa a mesma encontrava se vazia...
Geria o seu tempo, o dinheiro que o avô lhe dava para se alimentar e ainda conseguiu desempenhar na escola os seus melhores papéis tendo por isso excelentes resultados...
Além da dor da perda desta Mulher que era uma ente querida e também a sua protectora ainda tinha que lidar com uma Mãe que não podia tomar a vez desta Mulher sob o pretexto de estar a refazer a sua própria vida e não tinha lugar para o seu próprio filho...
Esta força que movimenta durante anos este menino que eu própria vejo a tornar se um Homem ensina me todos os dias que não existem impossiveis e que a felicidade depende de nós não dos outros, mesmo sem ter muito para oferecer ele conseguiu oferecer me o que de mais importante tem, a sua companhia, e por isso me orgulho de dividir com ele algumas das datas mais importantes da sua vida foi a mim que ele escolheu para isso e isso deixa me lisonjeada...
A ele agradeço pela lição que me deu que é sem dúvida mais importante que qualquer lição que me foi ensinada por qualquer adulto, não lhe posso dar o amor incondicional ou perfeito que ele perdeu junto com a morte da sua avó mas posso fazer com que a dor seja atenuada...

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