domingo, 5 de dezembro de 2010

Interesses...

Amores imperfeitos são aqueles que são providos de algum interesse e que por algum motivo passam a ser conflito de interesses.
Interesses materiais e egoistas que impedem o amor de ser perfeito...
Quem ama, esquece os seus próprios interesses em prol de um bem estar de outro e conjuga a sua própria felicidade com a felicidade de quem ama.
E essa felicidade que nos invade, e que segundo os cientistas, liberta ocitoxina e nos faz sentir os maiores e melhores Seres Humanos.
O amor Carnal ou puramente platónico faz bem à saúde e para nos amarmos a nós próprios temos que ser capazes de amar os outros.
Desengane se quem apregoa que não precisa de ninguém, quem apregoa que não perdoa por não ter nada a perdoar, pois o amor não se julga nem se pesa pura e simplesmente se sente e quanto mais se foge dele, mais falta de amor próprio sente.
Não é fácil ter a capacidade de amar e aceitar outros cujos interesses são tão dispares dos nossos mas só assim conseguimos ter respeito por nós próprios e pelos outros.
Não permitir que os nossos interesses sejam esmagados e que os interesses dos outros sejam respeitados é o que toda a gente tenta, erradamente sempre por esta ordem o que resulta de uma falta de respeito tanto pelos outros como por nós próprios.
Esse intento não é conseguido pois nunca iremos chegar aos outros enquanto não permitirmos que os outros cheguem a nós.
Não é fácil conquistar confiança, admiração, respeito, apreço, amizade e aproximação pois para isso é preciso dar aos outros sem qualquer interesse...
Para se conseguir ter essa benevolência para com os outros só com muita vivência de vida que nos pode dar aquela sabedoria e calma para apreciar os verdadeiros valores da vida...

Aparências...

Fui durante horas, alguém que não sou, e soube me bem esse papel.
Envergonhei me de seguida, mas naquele instante fui igual a tantos outros...
Não deveria ter apreciado essa vida que não é minha, mas avaliei e gostei...
Não sou eu, enganei, menti e senti me bem com isso...
Como todas as mentiras teve que terminar e fiquei triste por mais uma vez acreditar que serei para sempre alguém com uma vida diferente dos demais...
Menos que alguém por isso, desvalorizada por ser diferente, depreciada por ter escolhas e valores diferentes...
Como é possivel ter gostado de ser uma mentira? Como é possivel de ter gostado de ser invisivel para a maioria e visivel só para alguns...
Acreditei com tanta força ser diferente e mesquinha e gostei de o ser...
Ser fútil, ser egoista, ser independente, ser comodista, ser vazia, ser solitária... e gostei de o ser mesmo que por breves instantes...
Fui melancólica por algo que nunca tive, por sentimentos repugnantes e alheios a qualquer razão que defendo...
Felizmente para mim foi uma mentira, infelizmente para outros que acreditaram nela e gostaram...
Serei sempre eu e lamento o que fiz, mais ainda lamento ter dado algum dia, alguma importância a uma ideia triste e infeliz...