sábado, 20 de fevereiro de 2010

Preconceitos

Há uma história de um destino marcado pela oportunidade que não posso deixar de revelar, o destino de uma Mulher que sempre admirei desde os meus tempos de criança, foi salva ainda era uma menina com apenas 4 anos da guerra colonial, um casal de retornados que apesar de terem perdido tudo na fuga, não deixaram de num acto de solidariedade de a levarem com eles para longe daquele local onde certamente a aguardaria uma vida de fome, massacre ou quem sabe a morte...
Ao chegar a Portugal este casal ficou com a menina até aos seus 12 anos, altura então, que se viram obrigados, pelas dificuldades sentidas na altura, de ter que atribuir a responsabilidade da continuação da educação desta menina a uma familia com mais posses do que eles, esta menina nunca cortou laços com este casal e tive a oportunidade de a conhecer praticamente desde que me conheço...
Cresceu num ambiente saudável, educado onde as diferenças eram respeitadas e apesar da côr da pele ou raça sempre aprendeu a não ser diferenciada ou a diferenciar...
Conheceu neste local aquele que viria a ser o seu marido, um Homem respeitado, juíz de profissão, inteligente e que fazia questão de dividir os seus conhecimentos com todos os que queriam recebê los , aberto a novos conceitos e que principalmente conseguiu perante uma sociedade muito inquisidora libertar se de qualquer preconceito...
Com o amor que ambos criaram, lutaram juntos para derrubar as barreiras do preconceito dela pela raça e côr e os dele por ser muito mais velho que ela e viúvo com filhos do anterior casamento...
Esta Mulher não se revoltou por ter nascido onde nasceu, nem por ter sido apartada da restante família em tão tenra idade, ou por ter conhecido o marido já depois de este ter tido uma outra vida família ou filhos...
Aproveitou a primeira oportunidade de ser feliz sem preconceitos ou dúvidas de que seria aquilo que a iria fazer feliz, simplesmente...
Abraçou o seu Destino...

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